quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Soneto do Compromisso



De quem te amou tão triste, e tão primeiro
Vai sempre junto a dor mais derradeira
De se mostrar desnudo, só e herdeiro
De alma perdida, em vão e na poeira.

De outro modo, como, à lua vadia,
Mesmo com tuas mãos tomadas nas minhas,
Iria sofrer, em tua companhia,
Por noites sem mim, quando não as tinhas?

Porque desejar que tua vida inteira,
Em eterno e natural compromisso,
Fosse comigo, e não de outra maneira?

Mas não me faço do amor, insubmisso:
Essa vida é tão curta, e a paz ligeira,
Em cada instante sou teu, além disso.

Francisco Settineri.

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