quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aquarela



Chegaste mansa em mim, insinuada tela,
Que sequer teve,  jamais, a cor indevida.
Recebe em versos a homenagem devida,
Vem nua para mim, aberta cidadela!

Cúmplices as tardes de mãos dadas, a vela
Que carrega a nau pelos mares desta vida,
Era pouca a esperança de vê-la garrida,
Mas tu me vens com ar e graça de uma estrela.

Tivera antes, na vida, dita ou desdita,
Não me importaria de remover castelos.
Assim que calmo te espero, moça bonita,

Encantado pela visão de teus cabelos,
Na véspera de uma paixão que tenho, escrita,
E no antegozo, em graça, de teus lábios belos.

Francisco Settineri.

Um comentário:

Rosângela de Souza Goldoni disse...

Parabéns, Francisco!
Belíssimo soneto!

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...