sábado, 15 de outubro de 2011

Bálsamo




É tão duro te ver sofrer, bela menina
Em tantas agruras de dor, em claro drama,
Sentir o travo amargo que só a vida ensina,
Vestir o véu sombrio que na ausência se trama.

Mas, se neste claro céu meu olhar domina,
Em teu corpo vibrante minha vista inflama
O que, nas minhas veias, ferve e desatina.
E te perguntas, exausta, sobre tua sina,

Ao que posso responder, com toda a presteza,
Que as dores mortais só te levaram ao páramo,
Mas não te despiram, em toda a tua beleza.

Se a presença do amor abandonou o tálamo
E a vida tratou-te com indelicadeza
Quero lambuzar-me no mel de ser teu bálsamo.


Francisco Settineri.

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