O adeus é belo como a retomada,
Mas o passado traz o seu lamento.
Se tenho a nave pronta e a vela inflada
Meu pranto não sofre de fingimento.
Se trago comigo a mão desarmada,
Que tanto afagava, sem sofrimento,
Procuro com ela a carícia dada,
Que voa pura nos céus, como o vento.
Na hora de partir, de novo vinda,
Fica em minhas retinas outra cena.
Se essa dor de te amar não fosse infinda,
A ânsia de voltar seria pequena:
Ainda que a teus olhos seja linda,
Corrói, na dura infância de uma pena.
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