O teu perfume vale o teu espinho,
E as pétalas partidas a essência
De toda a dor que impera, em tua ausência
Enquanto eu pinto em cor o amado ninho.
É quando ouso beber o amargo vinho
Das trevas do ocaso da existência
E a noite traz tua face, numa urgência
Que chama corpo e alma ao torvelinho.
E o mero desfolhar da rosa infante,
Não cabe relembrá-lo com tristeza,
Mas é muito melhor ver no mirante
Visão de toda a tua realeza.
Se foste, para mim, mulher distante,
Desnudas no meu leito a tua beleza!...
Um comentário:
Muito lindo este soneto amigo poeta Francisco Settineri. É realmente um prazer lê-lo.
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