sexta-feira, 11 de maio de 2012

Soneto do Náufrago



Sabia mais do que eu, a menina
Depois que as águas do mar, em seus olhos
Mais nada trouxeram, senão escolhos
Espalhados ao léu n'areia fina.

Parecia tão fácil, doce sina,
Abscônditos que estavam os abrolhos
Retirados que foram os antolhos,
Pois enfim desiludida a retina...

Muito mais do que eu, ela sabia
Pois abusava de seu farto invento
E mesmo nas noites de calmaria

Inflava as minhas velas com seu vento:
E esse cheiro forte de maresia
Dos meus sonhos jogados ao relento!

Francisco Settineri.

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