sexta-feira, 29 de junho de 2012

Soneto da Bela Indiferença



Desiste de uma vez do meu desejo
Estanca agora a roda do suplício,
Silêncio que se troca por silêncio
Melhor assim, talvez por puro pejo...

Redobra essa distância que ora vejo
Entre o que achava então um bom auspício
E agora não enxergo senão vício,
A lira desse amor não mais solfejo.

Não fosse a vã memória de uma cama
Da qual, de uma vez só, eis-nos partidos
Mais nada eu já não disse àquela Dama

E nada entrou na paz dos meus ouvidos.
Emudecido som, augusto drama,
Sepulcro audaz da rede dos sentidos!


Francisco Settineri.

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