quinta-feira, 21 de junho de 2012

Soneto sem Magia



Lembro-te nua, amiga, sempre no fado
De atiçar-me no estro dos meus sentidos.
No grande abraço, com seus tantos gemidos,
Com o qual tomei teu corpo arrebatado...

Mas o que foi um sonho, do mais dourado
Não suportou mais os teus gestos fingidos,
Teus raros caprichos, ora interrompidos,
Não passaram de um esboço, inacabado.

Olho pelo quarto, e procuro o teu rastro,
Perscruto a cama, de teu corpo vazia
E pergunto à Lua, mas cala-se o astro

Que ao nos ver amar, a chorar prorrompia.
Murcha está a vela, e solitário o mastro,
Pois que acabaste em mim, hoje sem magia!


Francisco Settineri.

Nenhum comentário:

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...