Desafio a paz e busco-te na fonte
Em que banhas, calma, os pés, tão docemente
E o clamor que está nas vestes não desmente
A centelha que me acende a noite insonte...
Pois tu foste para mim novo horizonte
A se abrir feito uma rosa à minha frente
E se o encontro de nós dois foi indecente,
Firme abraço entre essas almas foi a ponte.
O zeloso olhar na pele quer a vida,
Mas a fria lança finca a terra e ofende
E ressoa solta em versos, distraída
Nesse mar de cal fatal que ao ar resplende,
Eis que a letra é seca lágrima esquecida
E o silêncio é grande e até ao céu se estende!
2 comentários:
Francisco, boa noite!
Simplesmente maravilhoso este soneto.
Parabéns!
De fato...
Enebria - a alma encanta;
Recordações de dias passados a limpo,
esvaziaram-se a memória...
deletaram os sonhos...
Acabaram de enterrá-los num jazigo
chamado solidão.
Boa noite Francisco
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