sábado, 15 de setembro de 2012

Imperiosos




Eu sei bem, amor, que escapas desse barco
Pois não queres qualquer um que brando amasse
Mas desdenhas do elogio a sua sintaxe,
Não convém ser flor amada por um fraco...

Eu também não quero dama presa ao asco
Da tolice de deixar-se a quem a abrace;
Em volúpias de arrepios eu quero enlace,
Em simplório espelho, então, jamais te toco!
 
Mas se voo agora em tanto devaneio
Foi por não saber fugir sem mais da vida
Na loucura de encarar sem ter receio,

Turbilhão ao te pegar tão distraída,
Ao tragar o mel dos versos no teu seio
E rasgar feroz o sonho na partida!


Francisco Settineri.

Um comentário:

Dulce disse...

Muito profundo. Triste, mas tão belo.
Francisco, você sabe tão bem manear as palavras!
Obrigada.

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...