domingo, 21 de outubro de 2012

Costureira




É sempre no meu dedo que se crava
Na falha do dedal em seu feitiço
A agulha que não quer mais ser escrava
E o sangue a rebrotar virou cediço...

Mas quando enfim o adorno se bordava
E as cores já surgiam em seu viço
Alçava em seu vigor pétala flava
Domínio enternecido a seu serviço...

É assim que da palavra ora não peço
Que poupe a tenra carne do seu aço
Mas cada pano bom que agora teço

Obrigue-se a bailar nesse compasso:
Se nada em meu abraço é adereço,
Fulgura a letra e o tom sem embaraço!

Francisco Settineri.

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