terça-feira, 25 de março de 2014

Sacerdotisa



Mãos que acariciam outras mãos tão quentes
E depois se deixam levantar dispostas
Ao langor dos toques que jamais desgostas
E que saram males de corpos e mentes.

Tua ausência em ânsia deixa os véus silentes,
Presa da emoção e muda de mãos postas
Sem saber do pálio e da canção que gestas
Que de tanto espanto deixa os céus doentes!

Tantos desencontros, afinal freqüentes,
Corpos se separam, direções opostas,
Sonhos que se acabam, num virar de costas,
Faltas que me amargam, num ranger de dentes...

Tonto que fiquei de ardores tão frementes,
Sombras de um penedo em fúrias tão funestas
Jamais soube o que dá paz, do que tu gostas,
Nunca compreendi deveras o que sentes!


Francisco Settineri

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