sexta-feira, 21 de março de 2014

Senil



Figura sempre forte na infância
O espelho e a gravata em minha mente
O medo que eu sentia à sua frente
Mas bem maior que o medo a minha ânsia

De ser também um dia um homem forte
De carregar o mundo aos próprios ombros
E ser mais duro do que todos cedros
Mas sendo imune à dor e à própria morte!

Porém, mundo girou e hoje és sombra
Daquilo que pra mim se fez gigante
Saudade desse som tonitruante
Que tudo fez tremer por sobre a alfombra...

Te encaro, espantado, e a dor me assalta
A ouvir, vinda de ti, fala demente
Que espalha da maneira mais freqüente
O olhar sempre perdido e a voz que falta!


Francisco Settineri.

Nenhum comentário:

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...