sexta-feira, 25 de abril de 2014

A Rede



Pesquei no mar da língua o termo certo
Pra te dar com certeza o quanto amo
E tanto que talvez demais reclamo
A fome que eu tenho de estar perto

Da amada que se esconde no incerto,
Na insabida paz de um certo tálamo
Que tanto, com insistência, eu já chamo
Pro meu desejo assim ficar coberto...

Porém, essa saudade que escorre
Talvez seja demais pra dor que hospede
Por mais que o pescador encharque a rede

E o peixe que ali jaz e ali corre
Não é capaz de saciar a sede
A sede do teu corpo, que não morre!


Francisco Settineri.

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