Não deixe que se esqueça o olho antigo
Atenta com frescor e sua brancura,
Ampara como pode o ombro amigo.
Da árvore que colhe doce figo
Aprenda o manancial e a formosura,
Não deixe que se esqueça o olho antigo
A mágoa ao coração é um perigo
E mesmo o justo peca em sua loucura,
Ampara como pode o ombro amigo.
Argila um dia eu fui e hoje sigo
E falho ao me infligir grave tortura
Não deixe que se esqueça o olho antigo.
Perdão é tudo aquilo que persigo
E digo, irmão, que siga na procura,
Ampara como pode o ombro amigo!
Não leve o rancor de um inimigo
Que nunca o acompanhe à sepultura,
Não deixe que se esqueça o olho antigo
Ampara como pode o ombro amigo!
Francisco Settineri.
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